Estátua do seresteiro José Borges |
Conservatória
“Eu sonhei que tu estavas tão linda!”
A euforia para o passeio era imensa.
O momento da partida ficou martelando a ansiedade e com ela
a sensação de ter voltado à infância. A ebulição dentro da gente, como aquele
doce recebido do avô sem motivo, que nos enchia os olhos de alegria e salivava
a nossa boca.
Eu não tive dúvidas, a arrumação das malas foi bem cuidada,
atentando para a praticidade, evitando o desperdício de tempo e excesso de
peso. Não esquecendo é claro o principal, uma bolsa térmica com algumas
extremamente ‘geladas’, tisssck...
Ao chegar à rodoviária, espantei-me ao notar minha solidão.
Será que teria errado o dia ou horário?
Minha ansiedade exorbitava a imaginação, o celular à mão
buscava algum número que identificasse alguém para sanar a dúvida. Ao olhar
para o lado, vi que vinham duas do grupo. Meu coração apaziguou-se dando
deferência ao momento do encontro, sendo como exato. Nos deslocamos ao final da
plataforma e lá estavam todos à espera.
Identificados os lugares, entramos no ônibus e mais uma vez,
aguardamos alguns colegas que, por toda a viagem deixaram suas marcas, como “os
atrasildos”. “Ê Carlãooooo!!!”
Iniciada a viagem, o violão e o bandolim foram os artistas
principais nas mãos do Beltrão e Paulo Graça. E dá-lhe gelada! A MPB voou nas
vozes, ecoando no infinito um momento de prazer único, a satisfação de estar
entre amigos, em meio à arte e sonhos...
O silêncio invadiu o espaço, a música de fundo deu lugar aos
embalos da tranquilidade e adormecemos. Ao acordar uma surpresa, já estávamos
em Aparecida do Norte. Um momento de reflexão, apaziguamento do coração,
bênçãos e solicitação de pedidos de todos nós à Santa.
Novo rumo, estávamos próximo de nosso destino.
Chegamos.
Uauuu! Pousada Imperial, local agradável, casarão antigo,
paralelepípedo, uma subida para os aposentos.
Todos devidamente instalados e o almoço nos esperava servido
à mesa. Fomos à nossa primeira aventura, que era conhecer a pequena cidade: os
imóveis antigos se destacavam em sua arquitetura. Alguns passos a cidade se
encerrava. Apenas duas ruas, uma vai e outra vem. Todas com muitas atrações,
lojinhas de todos os tipos, artesanatos em geral, museus típicos da música
brasileira, entre eles, Vicente Celestino, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves e
outros de destaque.
Os seresteiros estavam reunidos à sombra da figueira,
cantando músicas de um repertório variado, vozes ecoando ao vento e dá-lhe
“tisssck”... de litrão.
Sentimos a magia que as músicas proporcionavam em cada um de
nós. Era como um medicamento para a alma, curando-a de seus males.
Cada qual foi se despedindo para voltar mais a noite, quando
a cidade pacata que é, se transforma. As casas simples se transformam em
restaurantes com boa comida e boa música, cada qual com seu estilo pitoresco e
particular. O difícil era escolher em qual ficar.
Ah! Que encanto! Este foi o nosso primeiro contato com o
lugar.
Bom, a expectativa com as demais atrações e muitas fotos
para imortalizar o passeio e os presentes que brotaram na intenção de agradar a
volta.
Apesar de sucinta, a cidade com seus encantos, se transforma
em cada esquina, em cada imóvel e a cada momento do dia. Os bares sonorizam
tons dos mais diversos encantos musicais.
Ao final da
noite fomos acompanhar o grupo de serenata local, que é muito expressivo, com muitos componentes
tocando.
Os turistas, acompanham o grupo, cantando as músicas de
acordo, como vão passando pelas ruas, nas casas, são afixadas na fachada
principal uma placa com o nome e autoria de uma música, escolhida pelo próprio
morador.
No
sábado, a roda de samba na Praça, show da Juliana Maia e à noite o show do
Ronaldinho do Cavaquinho, foi inesquecível.
Passamos
um final de semana memorável. Daqueles que ficamos com vontade de mais e mais.
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