Flor de manacá
Meu viver é
semelhante às cores da flor do manacá: branca e roxa
Espera aí, seu moço que eu explico já.
A cor
branca: minha infância querida, festa no aconchego familiar.
A graça
daqueles tempos arquivados cá dentro do peito estão as lembranças.
O esplendor
da mocidade para mim chegou.
Cheio de
sonhos a desabrochar.
E sem me
avisar que nem tudo na vida é tão bonito igual flor do manacá, branca e roxa
Será que vou
ter coragem?
Mas enfim.
– Sabe, moço,
a cor roxa dessa flor foi tempo tempestuoso difícil de aceitar.
Essa cor foi
quebrando as minhas asas, me impedindo de voar.
Sufocando
minha sorte até tornar-me uma presa desse capricho louco, sombrio, devasto que
tudo assisti sem piedade, sem remorso.
Jogando-me
numa roda de fogo que queima até a alma.
Labirinto
sem saída.
Sem uma mão
amiga que possa me ajudar.
O que ainda
me consola é o perfume que tem a flor do manacá.
Viva a Vida!
Manuela Sant’Ana Trujilio, aposentada, membro do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras desde 2002. Escritora, compositora, cantora de música caipira raiz. É fundadora do grupo Figueira da Viola desde 2009. Possui um livro publicado e várias músicas de sua autoria gravadas.
Whatsapp: 18 98141-3119
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