Este Símbolo é seu.
Entre os livros, a estrela vermelha presente e a poeira
habitual do bairro Hilda Mandarino, zona leste da cidade de Araçatuba, na sua
casa humilde, tendo a noite como companheira, parceira, daquelas resoluções
mais importantes tomadas na vida.
No seu quarto sem energia elétrica, Antunes deita na cama
com o olhar para a janela, destas rangem de baixo das memórias, todas as
vontades, não perpetuadas, tal qual, o casamento.
Ricardo a olhar o mundo lá fora, tem a vista da lua. Ela,
astro natural mágico e resplandecente, nos lembra, todas as fontes de
exuberância, donde a sua luz posta no lugar certo, clareia imagens na parede,
daqueles bons amigos, encontrados no trajeto de sua vida.
Com os raios lunares, a beijar, o olhar do cronograma mental
de Ricardo, nos cantos de seu fôlego de vida, flana a certeza, já confirmada de
ir ao campo de batalha no Continente da África e de como seria, voltar morto em
um saco plástico, preto.
Nestas idas e vindas mentais, os epítetos do futuro vigiava
Ricardo e, tudo girava em torno do como cresceria o seu herdeiro e sua princesa
[Citereia] Codo de Braúna com apenas, a imagem de um pai tombado nos chãos da
África.
No começo do relacionamento, Antunes sem dar detalhes havia
informado, [sua Citereia], Codo de Braúna, a possibilidade da ida e, neste
momento é fundamental, acreditar, pois, algo sigiloso como um ataque aéreo, não
pode ser dito e muito menos confirmado, antes da missão.
Naqueles dias, olho no olho, ele lembra da amada, [sua
Citereia], Codo de Braúna, sentada no sofá, donde agora, Antunes elabora
mentalmente as estratégias, saídas e possíveis categorias temporais para o dia
do ataque.
Antunes pensa nas firmezas de direita e de esquerda, a se
juntarem as rezas e orações. Tudo com objetivo e objeto principal a ida, ao
Estreito da Escravidão e de como a luta pela Liberdade é magna.
Para Ricardo Antunes, nas suas veias, nas asas protetoras da
Força Aérea Brasileira, correm o bastião da Liberdade e de como a proteção da
propriedade privada e de Estado, a proteção de mulheres obrigadas a mutilação
e, vamos além, o lutar no Estreito da Escravidão, requer a compreensão de
defesa da voz dos nativos voltarem suas palavras, sem temer morrer por reclamar
da pobreza material a caminhar junto a crise famélica.
O sono bate forte, a onda neural de Antunes leva o, a pensar
como seria morrer sabendo se [sua Citereia], Codo de Braúna, compreenderia a
sua partida, sem ter uma despedida com o beijo da amada, tendo a panela de
pressão outra vez, lotada daquela ‘gororoba’, a tintilar o sorriso feliz, o
toque na face, na pequena cozinha americana, nas cercanias da Zona Leste.
Assim, Ricardo Antunes faz a sua escolha mais profunda,
escolhe a futura mãe de seu filho, [sua Citereia], Codo de Braúna, e ao próprio
herdeiro, (caso fizesse a passagem ao mundo dos mortos) como guardião da
bandeira.
Eis, nestas páginas, deixemos claro! Então, amor: A
bandeira, sempre será sua. Esse símbolo é seu!
Eric Costa e Silva, natural de Araçatuba, cientista, jornalista, poeta, escritor, cronista, cineasta, tendo participação laborativa no filme Julieta de Pedro Almodóvar. Participa do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras. eric_jornalista@hotmail.com
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