Teste do bafômetro - bom saber como funciona para não dar bafo
No início da fiscalização, com bafômetro nas
rodovias brasileiras, muitas mentiras circulavam pela internet e nas rodinhas
de bate papo. Todos tinham algo a acrescentar, principalmente sobre como
driblar o resultado do aparelho que, na verdade, se chama etilômetro. Naquela
época – época? Bem, vamos pular essa parte, diziam que até tomar uma colher de
xarope para tosse ou usar um antisséptico bucal, poderia acusar embriaguez ao
volante. E inventavam muitas receitas caseiras para enganar o resultado do
exame: comer chocolate, tomar coca-cola ou vinagre, mascar chicletes, etc.
Exageros
à parte, na verdade ninguém sabia ao certo como funcionava aquele tal de
bafômetro e todos temiam serem parados pela polícia em alguma blitz.
Uma
amiga foi parada pela Polícia Rodoviária, vindo de Birigui para Araçatuba, na
Rodovia Marechal Rondon. Vinha de uma festa com uma outra amiga, um pouco mais
de uma hora da madrugada. Minha amiga lembrou-se de que havia tomado uma
latinha de cerveja na hora do almoço, há mais de dez horas, mas mesmo assim entrou
em pânico.
Olhou para a colega cochilando no banco do passageiro, tentou pedir
conselhos, mas a pobre, sem falar coisa com coisa, não ajudou em nada. Aliás, só
agravaria sua situação se falasse alguma coisa. Sem saber o que fazer, rezou. Fez
promessas ao Santo Onofre e jurou para si mesma nunca mais colocar uma gota de
álcool na boca.
O policial lhe pediu os documentos e,
educadamente, que descesse do carro. Teria que fazer o tão temido teste.
Observando as suas mãos trêmulas, ele perguntou se ela havia ingerido bebida
alcoólica. Prontamente, respondeu que não, mas que poderia dar errado no
bafômetro, devido a algumas situações pelas quais havia passado horas antes.
Sem entender, o policial lhe questionou o porquê. Ela, com a cara mais
deslavada, começou a contar uma história. Disse que estava numa festa na cidade
vizinha, mas uma festa muito louca, e que quase todos os participantes estavam
bêbados. Ela mesma não havia bebido, porque sabia que teria que dirigir
Acontece que ela ficou com um cara nesta festa e ele sim, estava “bebaço”. O
policial a olhava, ainda sem entender. Ela continuou explicando que ficou o
tempo todo beijando esse sujeito na boca, loucamente. E reforçava falando que
havia beijado muito, mas muito mesmo e que esse negócio de beijar, troca
saliva, poderia alterar o exame, etc.
O policial, perplexo com a história,
pacientemente explicou que o bafômetro mede o
álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é
exalado dos pulmões para o ar e que seria impossível dar positivo se ela
realmente não tivesse ingerido bebida alcoólica. Eu penso que ele tinha certeza do resultado
positivo.
Enfim,
fizeram o exame e claro, deu negativo. Ela, aliviada e feliz, correu até o
carro e acordou a colega, contou e comemorou o final. Esta, enrolando a língua,
perguntou ao policial se ele se incomodaria de fazer o teste com ela também.
Afinal, todos precisam ter a certeza de que o aparelho funcionava direitinho.
Depois do que minha amiga contou-me sobre
o que o policial fez... Bem, acho que hoje vou beber também.
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