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Fátima Florentino - GE - Teste do bafômetro



Teste do bafômetro - bom saber como funciona para não dar bafo

No início da fiscalização, com bafômetro nas rodovias brasileiras, muitas mentiras circulavam pela internet e nas rodinhas de bate papo. Todos tinham algo a acrescentar, principalmente sobre como driblar o resultado do aparelho que, na verdade, se chama etilômetro. Naquela época – época? Bem, vamos pular essa parte, diziam que até tomar uma colher de xarope para tosse ou usar um antisséptico bucal, poderia acusar embriaguez ao volante. E inventavam muitas receitas caseiras para enganar o resultado do exame: comer chocolate, tomar coca-cola ou vinagre, mascar chicletes, etc.

Exageros à parte, na verdade ninguém sabia ao certo como funcionava aquele tal de bafômetro e todos temiam serem parados pela polícia em alguma blitz.

 Uma amiga foi parada pela Polícia Rodoviária, vindo de Birigui para Araçatuba, na Rodovia Marechal Rondon. Vinha de uma festa com uma outra amiga, um pouco mais de uma hora da madrugada. Minha amiga lembrou-se de que havia tomado uma latinha de cerveja na hora do almoço, há mais de dez horas, mas mesmo assim entrou em pânico.

Olhou para a colega cochilando no banco do passageiro, tentou pedir conselhos, mas a pobre, sem falar coisa com coisa, não ajudou em nada. Aliás, só agravaria sua situação se falasse alguma coisa. Sem saber o que fazer, rezou. Fez promessas ao Santo Onofre e jurou para si mesma nunca mais colocar uma gota de álcool na boca.

O policial lhe pediu os documentos e, educadamente, que descesse do carro. Teria que fazer o tão temido teste. Observando as suas mãos trêmulas, ele perguntou se ela havia ingerido bebida alcoólica. Prontamente, respondeu que não, mas que poderia dar errado no bafômetro, devido a algumas situações pelas quais havia passado horas antes. Sem entender, o policial lhe questionou o porquê. Ela, com a cara mais deslavada, começou a contar uma história. Disse que estava numa festa na cidade vizinha, mas uma festa muito louca, e que quase todos os participantes estavam bêbados. Ela mesma não havia bebido, porque sabia que teria que dirigir Acontece que ela ficou com um cara nesta festa e ele sim, estava “bebaço”. O policial a olhava, ainda sem entender. Ela continuou explicando que ficou o tempo todo beijando esse sujeito na boca, loucamente. E reforçava falando que havia beijado muito, mas muito mesmo e que esse negócio de beijar, troca saliva, poderia alterar o exame, etc.

O policial, perplexo com a história, pacientemente explicou que o bafômetro mede o álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é exalado dos pulmões para o ar e que seria impossível dar positivo se ela realmente não tivesse ingerido bebida alcoólica. Eu penso que ele tinha certeza do resultado positivo.

Enfim, fizeram o exame e claro, deu negativo. Ela, aliviada e feliz, correu até o carro e acordou a colega, contou e comemorou o final. Esta, enrolando a língua, perguntou ao policial se ele se incomodaria de fazer o teste com ela também. Afinal, todos precisam ter a certeza de que o aparelho funcionava direitinho.

Depois do que minha amiga contou-me sobre o que o policial fez... Bem, acho que hoje vou beber também.

Maria de Fátima Florentino, 58 anos, nascida em Araçatuba-SP, Relações Públicas, formada pela FEB/UNESP de Bauru. Possui um Grupo dentro Facebook com quase 500 integrantes #microcontofatimaflorentino – desafio diário na criação de microcontos. Membro e coordenadora do Grupo Experimental.

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